A TV é uma importante ferramenta político-social, que pode ser usada de diversas formas, atualmente a mesma é utilizada para modelar e ditar valores, impondo padrões que são seguidos a risca por uma sociedade que deixa de lado todos os seus valores morais e éticos, para dar vazão a uma espécie de euforia midiática. Através de produções como: reality shows, programas sensacionalistas, telejornalismos policial dentre outros, é possível observar claramente que tudo que é produzido atualmente no cenário televisivo mundial é voltado para um dito controle de massa, invertendo valores e introjetando sensações de um mundo onde não se deve viver e sim sobreviver.
Dentre os males produzidos pela mídia, o presente blog aborda em especial o impacto causado por programas sensacionalistas que ultimamente vem caindo no gosto popular estimulando e incitando a violência urbana, objetivamos assim com esta abordagem, não só alertar, como também sugerir e conscientizar as pessoas que através desse importante meio comunicativo podemos exercitar e exercer valores sócios, éticos e morais, visando não só o bem individual, como também o coletivo.
É impressionante como os programas de TV que se dedicam exclusivamente à veiculação da violência urbana no Brasil têm atingido altos índices de audiência. Esses tipos de programas são intitulados noticiários, no entanto nada mais são do que meros programas policiais que dramatizam os crimes que acontecem diariamente no cotidiano urbano, camuflando a realidade e transformando a em sensacionalismo barato, deixando de lado a face real da noticia e congratulando barbáries, alem de enaltecer o ridículo. Aqui em Salvador dizeres como: “O sistema é Bruto! A casa caiu, O fumo entrou, dentre outros, tornaram-se mais do que comuns nos diálogos entre os soteropolitanos, mostrando como a população em peso, esta sendo alienada e subjugada, a esse tão poderoso formador de opinião que é a TV.
Atualmente não existem órgãos competentes que regulem o que é exibido na televisão nacional, apenas um sistema de classificação que determina horários para cada faixa etária pré-definida para tanto, porem não interfere na forma e no que é exibido pelas emissoras. O usuário fica completamente sem ter a quem reclamar ao se sentir ofendido moralmente, sendo obrigado a procurar o meio judiciário. A exemplo disso temos o ministério público que frequentemente é acionado para interceder ou pelo menos tentar em alguns casos, amenizar a situação, porém não resolvendo por completo o quadro estabelecido.
A que nível de alienação chegamos? Por que aceitamos assistir matérias que apenas servem para incitar a violência? Por que temos a capacidade de nos entretermos tão fácil com o sofrimento alheio? Por que nos preocuparmos em registrar o acidente, ao invés de tentar auxiliar o acidentado? Alguém sabe responder ao menos umas das perguntas feitas? Garanto a vocês que a TV e em especial a TV brasileira sabe! Tanto sabe, como usa tais respostas como armas para produzir programas desse tipo.
As emissoras mais do que ninguém sabem exatamente como despertar a curiosidade do seu telespectador, por isso o seduz com manchetes apelativas, imagens chocantes, repórteres aventureiros e apresentadores dissimulados que acham que gritando ou batendo na mesa, são a solução para grandes problemas sociais, tais como a violência urbana e o descaso governamental existentes no pais.
Num mundo cada vez mais saturado de informação as mensagens mais
eficientes são também as mais simples e mais ambivalentes, deixando
espaço às pessoas para suas próprias projeções. Os meios de comunicação
audiovisual são as principais fontes de alimentação das mentes das pessoas
(...) (CASTELLS, 2003, p.382).
“Mas é a realidade dos fatos sendo mostrado “, ok, mas será que para relatar a realidade é necessário banalizá-la? Nesse tipo de jornalismo a maioria dos fatos não são aprofundados no seu teor como noticia e sim no que eles tem de mais impressionante para mostrar a primeira vista. Atualmente não somos informados e sim alvejados diariamente por cenas que não tem nada alem de crueldade e massificação do sofrimento, ou seja, todos os dias nos é oferecido como café da manha e almoço, porções suculentas de cenas bizarras, com uma pitadinha de humor sádico e inutilidades públicas a gosto. Sentamos à mesa e com uma certa letargia, diante da TV nos deleitamos com o cardápio do dia, “Violência ao molho pardo”.
A questão da crescente violência, ao longo dos anos, emerge como um grande problema para as sociedades e os indivíduos inseridos nelas, as respostas a este fenômeno têm se mostrado múltiplas, abrangendo uma gama de medidas, nos mais diversos níveis sociais: individual, comunitário e governamental, porem o resultado esperado só surtirá efeito de médio a longo prazo. A TV por ser um veiculo de informação e um poderoso formador de opinião, tem como por obrigação estimular a criação de projetos que possam vir a serem usados como medidas atenuantes podendo até mesmo mudar o cenário atual antes do tempo estimado.
A produção desse tipo de programa só terá fim quando pararmos de dar ibope aos mesmos, pois uma coisa é certa: se ta no ar é por que tem ibope, portanto vai aqui uma boa sugestão:
Desligue a TV e vá ler um livro!